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Boa semana e beijinhos doces!
Depois de uma ausência mais ou menos longa, tomei coragem para vir escrever este post.
Este tempo sem deixar notícias neste “cantinho da cegonha” que, infelizmente continua vazio, permitiram-me acalmar um pouco. A tristeza continua comigo mas, agora já consigo falar no assunto sem derramar um vale de lágrimas ... às vezes.As primeiras semanas foram terríveis, dolorosas, de desânimo total. A única coisa que me apetecia era desistir. Não desistir de ter um filho, não desistir de ser mãe, nem de ter uma família, desistir do stress, da violência e da invasão na nossa privacidade, que os tratamentos de fertilidade nos impõem.
A sensação de desespero que me invadiu quando soube que teríamos que recorrer a ajuda médica e aos tratamentos de fertilidade, para concebermos um filho, regressou com toda a força. O medo de sermos um daqueles casais que lutam com esta doença uma vida inteira e chegam ao fim, esgotados e de mãos e coração vazio, regressou com toda a força.
A coragem, a esperança e a fé, que um dia seremos nós a festejar e a rebentar de felicidade abandonaram-me. Sentia-me literalmente esgotada e sem forças para pensar no futuro.
Estas palavras podem parecer uma dramatização excessiva de um problema infelizmente cada vez mais comum mas, efectivamente foram estes os sentimentos que me abalaram e continuam a abalar.
Nestas coisas exigem-nos tudo, total disponibilidade física, mental e financeira e em troca, podemos ter a felicidade extrema ou, no nosso caso, a desilusão completa. Foi uma entrega muito grande para acabar com o coração tão vazio!
Além da tristeza, descobri, quase aos 30 anos e apesar de fazer consulta e ecografias anualmente desde os 20, que afinal, nasci só com um ovário, isto quer dizer que, além do problema do R. eu também contribuo para agravar a situação, porque na estimulação só posso contar com um ovário! Apesar disto, o ovário que tenho tem funcionado muito bem porque faço bem a ovulação. A estimulação correu bem e os embriões que transferiram eram muito bons! Quando a psicóloga, a nosso pedido ligou à bióloga para saber o que tinha acontecido aos outros dois, a bióloga ficou muito admirada e atrevo-me a dizer decepcionada, por não termos conseguido o positivo, neste tratamento, precisamente porque os embriões eram promissores, segundo ela! Os outros não evoluíram, logo temos que repetir o protocolo.
Claro que, como não quero desistir de ser mãe, nem equaciono essa possibilidade para um futuro próximo, não tenho outra opção senão começar tudo do zero. Não o vou fazer com a mesma esperança, nem com a mesma expectativa, mas vou voltar a fazer!
Na realidade prefiro não me permitir ter esperança nem expectativas. Na consulta, em Dezembro logo veremos quando será a próxima tentativa! Uma coisa é certa, uma vez que dependemos de um hospital público, o número de tratamentos é muito limitado, logo a esperança tem que ser limitada também. Ficamos a saber na consulta de Psicologia que a cada casal é permitido fazer três tratamentos (FIV ou ICSI) no máximo, se a resposta à estimulação for boa, fazem quatro, dificilmente mais do que isso!
E são estas as notícias que tenho para deixar neste espaço!
Às companheiras que sofreram igual ou pior decepção deixo a minha tristeza e solidariedade.
Às companheiras que continuam a luta, espero que as minhas palavras não as deixem tristes e que tenham coragem e alento para ir em frente.
Às companheiras que atingiram o objectivo e estão num momento muito feliz, grávidas, deixo todas as felicidades do mundo!
Um beijinho grande para todos os que me lêem!
Bom fim de semana!
Durante estes tempo, ainda tive provas para um concurso, para as finanças, mas não consegui estudar nada, por absoluta falta de tempo. Como não tive tempo de estudar, resolvi não ir fazer a prova. Com muita pena minha, porque foi mais uma oportunidade que me passou ao lado! Mas como diz o ditado, mais vale um pássaro na mão do que dois a voar e o pássaro que eu tinha na mão era a formação, na primeira oportunidade que tive de o fazer, não poderia negligenciar esse pássaro. Tive mesmo que o agarrar e me agarrar a ele.
No meio de tudo, confesso que também não me restou grande tempo para pensar nos problemas, nem na infertilidade, nem nos ttts que se aproximam!
Não deixei de visitar os vossos cantinhos, sempre que apanhava um computador com internet, porque em casa ainda não tenho e, como nestas duas semanas tenha estado a substituir uma colega e no PC dela não há internet, não pude deixar comentários, nem miminhos, mas não deixei de vos visitar!!
Entretanto, amanhã é o meu último dia de trabalho! Vou de FÉRIAS!!!
Ainda não sei se vou sair para algum lado, mas só o facto de não ter que cumprir horários...
Provavelmente vamos fazer a escritura do nosso apartamento durante as férias, e digo provavelmente porque já aguardamos este acontecimento deste a Páscoa. Vai acontecer tudo ao mesmo tempo, vou andar a mudar de casa e a fazer o ttt, exactamente o que eu queria evitar!!!
Provavelmente, nas próximas três semanas, também não andarei muito por aqui, porque como já referi, não tenho internet em casa, mas sempre que surgir uma oportunidade, venho-vos espreitar!!
Um grande beijinho para todos os que me visitaram e deixaram o seu apoio!!!
P. S. A imagem deste post é para sugerir o relax a que me penso submeter nas próximas semanas!!